Lista de chamada - reveses da educação no Amazonas

-Retorno precoce às aulas?

Presente! Como em anos passados, as aulas voltam ainda com elevado número de infecções e sem os cuidados necessários. Some-se a vacinação incompleta de crianças, e a tendência é repetir o cenário de antes.

-Passe livre estudantil?

Presente, mas não em todas as salas. Os estudantes universitários, provavelmente a classe que mais se desloca para ir às aulas, seguem pagando passagem. Também o benefício só vale para ano eleitoral.

-Novo Ensino Médio?

Faltou. Tem um que anda por aí, mas é fake. Não traz nada de novo. Apenas a velha fórmula tecnicista insipiente agora maldisfarçada por meio de um coacherismo empreendedor. Conversa para enganar desavisado. A novidade segue oculta.

-Política de recuperação escolar?

Essa nunca veio. Desde o começo da pandemia, não houve nenhum movimento com vistas a produzir formas de os alunos retomarem os conteúdos perdidos ao longo da crise sanitária. Somente programas remotos milionários que sequer serviram de atenuante, pois a maioria da população não tem meios nem recursos para estudar pela internet.

-Valorização docente?

Faltou. Ano passado veio um dia, mas era só enganação. Os reajustes não cobrem o período inflacionário, e as promoções docentes seguem represadas.

-Qualificação?

Essa a gente nem conhece. Nem um curso amplo sobre as mudanças legais apareceu.

-Certo. E a universidade? Ela tem fama de ser estudiosa.

Não por aqui. Segue sumida e calada, quando deveria estar a mil promovendo discussões a respeito do quadro educativo vigente, de onde sairiam propostas efetivas. Aliás, essa é uma de suas tarefas, gerar conhecimentos de ponta a fim de encabeçar processos transformativos no corpo social. Mas, quem sabe esteja refletindo longamente sobre tudo isso.

-Bem, não são muitos alunos, mas, conforme as ordens superiores, é o suficiente. Vamos começar a aula no horário acertado. Uma escola militar precisa ser pontual. Abram o livro na página 22.

-Sim, senhor.

Imagem - https://reportermanaos.com.br/com-100-de-aulas-presenciais-no-am-professores-denunciam-descumprimento-de-protocolo-sanitario/