Ensaio de um crime

Não importa o que ocorrerá com o deputado Silveira. Solto ou preso, tudo o que houve não passou de um teste.

Ou um sinal, um indicativo para animar os lacerados. Sim, Bolsonaro irá sair em outubro das já borradas linhas da democracia.

As evidências disso saltam aos olhos até de quem não quer ver. Mais do que os gestos, o que cabe analisar são os lances em vista da estratégia. Ora, por que um candidato praticaria um ato reprovável pela grande maioria da população, em ano eleitoral, no qual sabe que isso servirá de artilharia contra ele? Em outras palavras, o que leva o suposto presidente a rasgar votos à luz do dia?

A resposta é muito simples. Ele o faz porque não dá a mínima para a eleição, que dentro da normalidade já considera perdida. Não será esse o seu caminho. A desordem e o golpe são seus únicos meios de trabalho. O mais é desperdício.

Do outro lado, o que resta a fazer? Acreditar na democracia brasileira?

Se esta existisse de fato, Bolsonaro nem teria acontecido.

Mas permanece a confiança no povo.

Seguimos.